Por: Fernanda Chemim, Eng.ª Agrônoma, IBRAFE
O Mercado de Crédito de Carbono é uma forma de garantir renda para uma comunidade que já preserva, então, por que não passar a ganhar dinheiro com isso?
O que precisamos é buscar formas de facilitar a adaptação do processo produtivo agropecuário frente as oscilações climáticas, crescer a produção e reduzir a emissão de CO2 em resposta a agenda da mudança climática. Isso significa produzir 1 saca de Feijão com menos unidade de carbono emitido, e nós já temos tecnologia para isso, basta colocá-las em prática.
A exigência hoje é ampliar a eficiência de uso dos insumos e recursos ambientais, especialmente, água, solo e biodiversidade. Precisa ser adequado ecossistemicamente, como reciclagem de resíduos, recomposição das reservas hídricas, melhoria da atmosfera (GEE) entre outros.
E como fazemos isso?
Se utilizar das tecnologias do Plano ABC+
O qual define uma nova dinâmica de uso da terra para o futuro. São tecnologias preconizadas que envolve uma análise da paisagem, oferece ferramentas técnicas e apoio financeiro. Tais tecnologias são:
Por que as tecnologias recomendadas pelo ABC+ são positivas para o produtor?
Vantagens
O trabalho do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre o Programa ABC destaca que o custo para o aprendizado sobre as novas tecnologias da ABC pelo produtor rural é mais importante e limitante do que a decisão dele de ir tomar o crédito rural no banco.
É importante também considerar não só o impacto positivo local, mas também os impactos positivos em nível nacional e global das ações implementadas e consolidadas.
Vantagens do Feijão
Uma vez que “A neutralização do carbono é realizada por meio do sequestro de gás carbônico pelas árvores, mas também pela redução de fertilizantes nitrogenados, maior uso de compostos orgânicos, uso de defensivos biológicos, racionalização da irrigação, entre outros processos”, o Feijão tem vantagem quando inserido no escopo produtivo por ser uma leguminosa, portanto, que permite a fixação biológica do nitrogênio, se feita a inoculação, substituindo o uso de fertilizantes nitrogenados, considerado os maiores emissores de CO2 dentro de uma produção. Também por ser considerado um potencial para a recuperação do solo de áreas degradadas, utilizar menos água na produção quando comparado a soja, além de ser passível de cultivo no sistema plantio direto, se encaixar facilmente na rotação de culturas e no sistema ILPF, facilitando assim, a adoção das tecnologias de baixa emissão de CO2 do plano ABC+ e, permitindo mais garantido acesso ao crédito rural destinado para esta finalidade. De acordo com a estimativa do potencial de mitigação de tecnologias do Plano ABC de 2012 a 2023, do Observatório ABC, o processo de produção do Feijão produz muito menos emissões de CO2eq. que a produção das culturas de arroz, milho e cana, o que é outra vantagem, devendo ser mais incentivado.
O Feijão-guandu é uma opção interessante quando pensado também para a alimentação animal, pois serve tanto para consumo humano quando animal, e uma vez que, o correto balanceamento de alimentos na dieta bovina com leguminosas que contenham mais proteína melhora a eficiência da digestão e minimiza as emissões de metano por meio de uma maior eficiência ruminal. O guandu é uma planta rústica, tolerante a secas e solos com baixa fertilidade, sendo interessante para regiões que apresentam déficit hídrico em algum período do ano e servem como adubo verde.
O aumento no custo de produção do Feijão tem colocado produtores em uma situação complicada. Muitos têm absorvido boa parte do reajuste...
Ler MaisO Decreto n° 6268/2007, que regulamenta a lei de classificação Lei n° 9.972/2000 e dispõe sobre a inspeção vegetal, está em consulta...
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