Oportunidades de Financiamento para o Mercado de Crédito de Carbono e Manejos Sustentáveis

Por: IBRAFE,

13 de setembro de 2022

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Por: Fernanda Chemim, Eng.ª Agrônoma, IBRAFE

O mercado de crédito de carbono é algo que se tornará comum no nosso dia a dia. Enquanto isso, novas oportunidades de financiamento para o manejo sustentável vão surgindo e dando força ao Plano ABC+ e ao mercado de crédito de carbono em preparação a COP 27 que ocorre no final do ano, no Egito.

Uma vez que o produtor precisa de apoio para se adequar a isso, fontes de financiamento para financiar projetos sustentáveis existem e devem ser aproveitadas. Vale lembrar que o Brasil tem uma posição muito estratégica na produção de agroprodutos sustentáveis e bioenergia. Temos vantagens além de custo de produção 10 vezes menor que países como EUA, Ásia e Europa, tendo capacidade de crédito com um custo muito menor, também temos a vantagem invejável de que 85% da nossa matriz energética elétrica é de fonte renovável, como vantagem sobre as outras matrizes energéticas. Somos responsáveis em algo em torno de 2-3% das emissões de gases de efeito estufa, enquanto EUA são 15% e China 30%, e pegando China, Rússia, Índia, são quase 60%. Diante desses fatores vemos que temos potencial para ser a maior economia verde do mundo.

Para aproveitar esse mercado mundial, já foi criado um decreto para regulamentar esse mercado dentro do âmbito nacional, o Decreto n° 11075 que regulamenta o mercado de carbono e a sua remuneração.

Exemplos de Fontes de Financiamento

 Devido ao potencial do Brasil a CGS deu recursos para o país de quase 100 milhões de dólares para pagamentos diretos de serviços ambientais, para aqueles que tenham excedentes de reserva, além da Reserva Legal e da APP, entre outros critérios. Por meio do Projeto Floresta+Amazônia é feito pagamento direto. Esse exemplo é para a Região Norte, mas existem várias outras oportunidades para as regiões que produzem Feijão e em breve traremos aqui. Só para se ter uma noção de números, os valores são 40 milhões de dólares para o excedente de reserva, $12 milhões para recuperar APP, $7 milhões para povos tradicionais e $5 milhões para inovação. Mais de 800 produtores rurais já se cadastraram só do Amazonas e já receberam.

O BNDES é outro exemplo que também tem concessões de preservação e criação de crédito de carbono, o qual já tem contratado no Brasil mais de R$ 300 bilhões em projetos ambientais e sociais. No crédito de carbono já estão comprando, onde estão abrindo um edital de R$50-100 bi para compra de créditos de carbono, e nos próximos 2 anos alocarão mais R$300 milhões. O BNDES tem um interesse enorme de financiar o mercado cooperativado e transição energética.

Além disso, também anunciará dentro das próximas semanas, junto com o SEBRAE, um novo fundo de R$500 milhões, de cada entidade, focado no microempreendedor e pequeno produtor.  Seu estoque de crédito é em torno de R$110 bilhões focado só no MPME (Micro, Pequenas e Médias Empresas) e somado com outros são R$210-215 bi focados na cadeia de empreendedorismo.  O total nacional voltado para MPME em estoque são R$800 bi.

Existe um cardápio de produtos dentro do BNDES, de modo que a recomendação é que se consulte as cooperativas e os bancos de créditos dessas cooperativas para ver o que se adequa ao produtor. Demais detalhes sobre as linhas de financiamento estão disponíveis no site do BNDES.

Fonte: BNDES

Exemplo de Case

A cooperativa CAMTA é um exemplo de caso bem-sucedido que se beneficia dessas oportunidades e é referência internacional. A cooperativa faz agrofloresta e no âmbito socioambiental já beneficiou mais de 100 famílias de agricultores familiares, disseminando conhecimento agroecológico em 25 comunidades, para melhoria da qualidade de vida no Brasil, Bolívia e Gana na África. Este é um exemplo.

É importante salientar que muitos setores já são mais positivos do que negativos na questão da liberação de gases de efeito estufa e só precisam se beneficiar desse mercado.

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