Nesta semana, os produtores estarão novamente atentos ao movimento nos polos de produção. Com a redução do volume disponível nas principais regiões, qualquer entrada mais firme dos empacotadores pode alterar o viés do mercado: do atual tom neutro para um viés de alta.
Nunca é demais lembrar: não importa o que ocorre em São Paulo, no Brás, se sobe ou desce lá, pouco importa. As fontes precisam se impor; não é o rabo que abana o cachorro.
Quem precisa vender pode encontrar oportunidade caso os compradores retornem ao mercado para suprir apenas o mínimo necessário — e logo em seguida recuem novamente. É mais provável que esse movimento aconteça a partir de terça ou quarta-feira, já que hoje a chance de reação é baixa, a não ser que a situação esteja mais complicada já no início da semana.
Para os empacotadores, quanto antes garantirem lotes, menor será a dificuldade em encontrar produto dentro do padrão exigido.
No Feijão-preto, a comercialização segue travada. Compradores esperam liquidar estoques para voltar às compras, enquanto produtores resistem a negociar abaixo de R$ 150/sc no tipo 1.
Resumo: o aparente marasmo pode esconder movimentos bruscos nos próximos dias. O produtor com produto de qualidade em mãos está em posição estratégica, mas precisa ter calma para capturar os melhores momentos. Já o comerciante que se antecipar tende a reduzir riscos em um mês de outubro que promete ser longo.