Índia – Uma importante associação de agricultores e comerciantes indianos solicitou ao governo a restrição da entrada de Pulses importadas a preços baixos. O objetivo é estabilizar o mercado interno e incentivar os produtores a ampliar a área cultivada.
Segundo Sunil Kumar Baldeva, presidente da Associação de Agricultores e Comércio, o país enfrenta um excesso de oferta, com portos congestionados por Ervilhas amarelas vindas da Rússia e do Canadá.
"Pedimos ao governo que interrompa as importações baratas para que os preços permaneçam estáveis durante a época de plantio e os agricultores sejam motivados a ampliar as áreas cultivadas. Isso ajudará o país a tornar-se Atma Nirbhar (autossuficiente) nos próximos dois a três anos", afirmou Baldeva.
No ano passado, a mesma associação havia solicitado a redução dos impostos de importação sobre Ervilhas amarelas e Grão-de-bico para compensar uma retração na produção. Agora, a entidade defende a restrição de importações que cheguem a preços inferiores aos praticados no mercado local.
Atualmente, o governo indiano permite a importação de Ervilha-de-guandu (tur), Ervilha amarela e Mungo preto (urad) com isenção de impostos até março de 2026. Especialistas alertam que a entrada da Ervilha amarela, comprada por menos de US$ 400 por tonelada (cerca de R$ 2.200), tem pressionado os preços de outras Pulses. Apesar de ser o maior produtor mundial no setor, a Índia ainda depende de importações para atender à demanda interna.
Importações recordes e preços em queda
A Índia importou um volume recorde de 6,63 milhões de toneladas de Pulses no último ano fiscal, quase o dobro do volume de 2023. As Ervilhas amarelas representaram 2,9 milhões de toneladas, cerca de 45% do total importado. Vale ressaltar que, até 2023, o país não comprava esse tipo de Pulse no exterior.
A política de isenção de impostos, implementada para conter a alta dos preços, "abriu as comportas para o dumping" de exportadores do Canadá, de países africanos e da Rússia, segundo entidades do setor. Como resultado, os preços internos das Pulses caíram abaixo do preço mínimo de suporte (MSP). O Grão-de-bico, por exemplo, recuou de cerca de R$ 9.600 para R$ 7.440 por tonelada entre agosto do ano passado e julho deste ano. O preço do guandu caiu de R$ 13.200 para aproximadamente R$ 8.040 por tonelada, enquanto a Ervilha amarela passou de R$ 4.920 para R$ 3.900 por tonelada no mesmo período.
Com a queda nos preços, muitos produtores reduziram o cultivo. Apesar de um regime de monções considerado normal, a área plantada com Ervilha-de-guandu diminuiu 8% até o fim de julho, totalizando 3,49 milhões de hectares, em comparação com 3,80 milhões de hectares no ano passado. A área média considerada adequada para essa cultura no país é de cerca de 4,5 milhões de hectares.
Com informações de The Hindu Business Line