Um estudo japonês publicado na Scientific Reports revelou que o consumo diário de macarrão feito com ervilha amarela promoveu uma redução significativa no estresse oxidativo e no risco cardiovascular em adultos saudáveis. Os resultados apontam o potencial do alimento como um ingrediente funcional promissor para a saúde.
Benefícios comprovados
O estudo destacou que substituir uma refeição normal por macarrão à base de ervilha amarela durante quatro semanas melhorou significativamente os níveis de marcadores de estresse oxidativo, como demonstrado pelas medições das razões BAP/d-ROMs e dos níveis de peróxidos lipídicos (LPO).
- BAP (Potencial Antioxidante Biológico): mede as defesas antioxidantes do organismo.
- d-ROMs (Metabólitos Reativos ao Diacron): indicam o nível de estresse oxidativo.
O grupo que consumiu o macarrão apresentou um aumento na razão BAP/d-ROMs de 0,27, em comparação com apenas 0,11 no grupo controle. Além disso, o nível de peróxidos lipídicos, que mede danos oxidativos em gorduras das membranas celulares, diminuiu em -0,25 no grupo da ervilha amarela, enquanto no grupo controle a variação foi insignificante, de 0,11.
Os pesquisadores concluíram que essas mudanças podem contribuir para reduzir o risco de doenças cardiovasculares, como já foi associado à redução do estresse oxidativo e da inflamação.
Impacto no consumo de sal e na glicemia
Embora o estudo tenha revelado grandes benefícios antioxidantes, os efeitos na ingestão de sal e nos níveis de glicose no sangue foram limitados.
- Consumo de sal: Após quatro semanas, a excreção de sal pela urina foi de 9,63 g/dia no grupo controle e 8,75 g/dia no grupo da ervilha amarela. Embora ambos os grupos tenham reduzido o consumo, a diferença entre eles não foi estatisticamente significativa.
- Glicemia:
- O nível máximo de glicose no sangue foi de 175 mg/dL no grupo controle, enquanto no grupo da ervilha amarela foi de 156 mg/dL.
- A Amplitude Média das Excursões Glicêmicas (MAGE), que mede variações de glicose, foi de 67,0 mg/dL no grupo controle e 49,3 mg/dL no grupo que consumiu a massa funcional.
Apesar de diferenças significativas nos níveis de glicose no segundo dia de consumo, os efeitos do macarrão à base de ervilha amarela não foram consistentes em outros momentos avaliados.
Os pesquisadores também apontaram que, como o grupo controle seguiu uma dieta normal sem alimentos com alto índice glicêmico, os efeitos na glicose podem ter sido atenuados.
Sensibilidade ao sal
Outro aspecto avaliado foi a percepção de sabor salgado. Após quatro semanas, não foram observadas mudanças na sensibilidade dos participantes ao sal. Indivíduos com alto consumo de sódio geralmente possuem um limiar de sensibilidade maior, precisando de mais sal para perceber o sabor.
Os especialistas sugerem que, além de incluir alimentos como o macarrão à base de ervilha amarela, que podem aumentar a percepção de sal, é necessário desenvolver estratégias para alterar tanto a sensibilidade ao sódio quanto a palatabilidade dos alimentos.
A ervilha como alimento funcional
A ervilha amarela (Pisum sativum L.) é uma das leguminosas mais produzidas no mundo, com uma produção de 12 milhões de toneladas em 2021. Rica em proteínas, minerais, fibras e polifenóis, a ervilha tem ganhado destaque pelos seus efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios.
De olho nesses benefícios, a ZENB, uma marca da Mizkan Holdings, desenvolveu um macarrão à base de ervilha amarela. Este estudo, financiado pela empresa, envolveu pesquisadores da Universidade Doshisha e da Clínica Ueno-Asagao, ambas no Japão, e simulou condições reais de consumo para investigar os efeitos funcionais do alimento.
Promissor na prevenção de doenças cardiovasculares
Os resultados indicam que o consumo de macarrão à base de ervilha amarela pode ser uma intervenção eficaz na redução do estresse oxidativo, contribuindo para a prevenção de doenças cardiovasculares.
“As melhorias nos marcadores BAP/d-ROMs e LPO podem reduzir os riscos associados ao estresse oxidativo e à inflamação, especialmente em um cenário global onde as doenças cardiovasculares estão em ascensão”, concluíram os pesquisadores.
Com os dados do estudo, o macarrão feito de ervilha amarela se consolida como um alimento funcional inovador e uma potencial ferramenta na promoção da saúde cardiovascular.
Com informações de Nutra Ingredients
https://www.nutraingredients-asia.com/Article/2024/11/26/yellow-pea-improves-oxidative-stress/