Desde a decisão do governo indiano, em maio, de suspender o imposto de importação sobre o grão-de-bico desi, o mercado internacional tem testemunhado uma montanha-russa de preços para essa commodity essencial. Inicialmente cotado em cerca de US$ 750 por tonelada CNF (Cost and Freight), o preço disparou rapidamente após o anúncio da política, atingindo aproximadamente US$ 915/tonelada CNF da Austrália para a Índia na primeira semana de junho.
Este aumento significativo foi atribuído à resposta imediata dos mercados à mudança nas políticas indianas, que visavam reduzir o déficit entre a demanda interna e a produção esperada. Embora o governo indiano tenha estimado uma safra de grão-de-bico desi de cerca de 11,5 milhões de toneladas, os especialistas do setor duvidam que a produção atinja mais de 9 milhões de toneladas, frente a uma demanda anual média de 12 milhões de toneladas nos últimos cinco anos.
Para suprir essa lacuna, a Austrália emergiu como um fornecedor crucial, com previsões de uma safra recorde de 1,15 milhão de toneladas, um aumento significativo em relação ao ano anterior. A Tanzânia, outro potencial fornecedor, enfrenta desafios em sua produção devido a mudanças na preferência dos agricultores para o cultivo de ervilhas-de-bico, o que pode resultar em uma oferta reduzida.
Em uma pesquisa conduzida pela Global Pulse Confederation (GPC) em junho, especialistas do setor expressaram expectativas mistas quanto aos preços futuros do grão-de-bico desi. A maioria dos participantes acredita que os preços permanecerão estáveis ou poderão subir ligeiramente até o final de julho, dada a persistente incerteza sobre a capacidade de suprir a demanda indiana.
Com isso, o mercado continua atento às dinâmicas de oferta e demanda, enquanto os preços do grão-de-bico desi seguem sendo um ponto focal crucial para os comerciantes e produtores globais.
Com informações de Pulse Pod
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