 (15).png)
Nos últimos anos as áreas de plantio de Feijão vêm perdendo espaço gradualmente para soja e milho. O Instituto Brasileiro do Feijão, Pulses e Colheitas Especiais (IBRAFE) vem abordando essa questão constantemente e buscando alternativas para aumentar o plantio de um dos principais itens da cesta básica dos brasileiros.
Porém, esse cenário pode mudar. Nos meses de março e abril de 2023, os produtores de soja e milho tiveram maiores dificuldades no escoamento da produção. Os preços caíram, os estoques estão cheios e a há uma grande dificuldade logística para exportação desses grãos.
O consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, especialista no ramo de commodities analisou o cenário e prevê uma tendência positiva para um aumento das áreas de plantio de Feijão.
Segundo ele, o mercado de soja e milho tem enfrentado vários fatores negativos, como o cenário financeiro econômico internacional, a quebra de bancos americanos, suíços, a continuidade da guerra e a maior oferta de grãos do Leste Europeu, fazendo o cenário recuar bastante.
“A queda de preço no Brasil é decorrente da grande oferta, porque o produtor comercializou pouco antecipadamente e a oferta se acumulou enquanto a demanda não foi tão grande. Estamos trabalhando com as menores cotações dos últimos dois anos”, afirmou o consultor.
Ele lembra que a soja teve uma evolução de três anos seguidos, graças ao fato de ser uma cultura com produtividade maior e riscos menores. Quanto ao Feijão, apesar de o custo de produção ter aumentado, se a comercialização da saca de carioca se mantiver entre R$350,00 a R$400,00 e de preto entre R$250,00 e R$300,00 a cultura se torna bastante competitiva em relação a soja. “Muitos produtores podem voltar a plantar um pouco mais de Feijão. Com os preços da soja e do milho entrando em uma constante um pouco menor, abre-se uma janela interessante para aumentar novamente a produção do Feijão nos próximos anos”, declara Brandalizze.
Exportação
Liquidez e cobrir os custos de produção são as maiores garantias para que o produtor se sinta mais confortável ao aumentar as áreas de plantio de Feijão. Brandalizze aponta o foco na exportação como uma grande oportunidade de garantir essa liquidez, uma vez que o mercado mundial oferece boas opções de escoamento.
Nesse sentido, o IBRAFE, junto à ApexBrasil, criou o projeto Brazil Dry Beans and Sesame Seeds, que vem trabalhando em várias frentes junto ao governo para incentivar a exportação de Feijões e Pulses do Brasil para grandes mercados como Índia e China, principalmente.
Entre os dias 18 e 20 de maio foi realizada uma missão prospectiva na Sial China 2023, com visitas a empresas, ao porto, seminários, encontros com importadores e visita guiada à feira Sial. Esta foi uma excelente oportunidade para os empresários do setor prospectarem clientes nesse mercado promissor.
Informação
Mais do que nunca, a orientação profissional é fundamental. Para acompanhar as variações do mercado e garantir bom escoamento do Feijão, o produtor precisa se manter bem-informado, com acesso a outros produtores e corretores antes de definir os próximos passos.
O IBRAFE disponibiliza informações exclusivas, com análise aprofundada do mercado interno e externo para os membros do Clube Premier. O compartilhamento desses dados auxilia o produtor a poupar tempo, otimizando horas de sondagens e minimizando riscos.
Os produtores do Clube Premier que não puderam estar presentes na Missão Sial, puderam participar de uma reunião com o presidente do IBRAFE, Marcelo Eduardo Lüders, na AgriShow em Brasília, recebendo em primeira mão todas as novidades vindas da China.
