O mercado de Feijão vive um momento de crise. O cenário para o Feijão-preto é particularmente crítico, com redes varejistas do Rio de Janeiro pressionando empacotadores a oferecerem o produto nas gôndolas por menos de R$ 3 o quilo. Sim, abaixo de R$ 3.
Este preço, que não cobre os custos de produção, desvaloriza toda a cadeia e penaliza os produtores de Feijão de melhor qualidade, que deveriam ser valorizados. Muitos deles optam por armazenar o produto, aguardando um momento mais oportuno para a venda.
O Feijão é um alimento de primeira necessidade, e sua produção exige responsabilidade. Praticar preços tão baixos no varejo não impulsionará as vendas do Feijão-preto e resultará em perdas para todos os envolvidos.
No futuro, o consumidor poderá ser afetado quando os produtores, desmotivados pelos preços irrisórios desta safra, decidirem não plantar. No entanto, a responsabilidade por essa situação parece não ser de ninguém, nem do produtor, nem do empacotador, nem do supermercado.
A lei da oferta e procura é indiscutível, mas a possibilidade de os produtores armazenarem o Feijão com acesso a juros acessíveis seria uma forma de mitigar esses extremos. Para isso, porém, seria necessária a atuação da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), uma ideia que causa arrepios no setor.
Feijão-carioca e outros tipos
No mercado de Feijão-carioca, relatos de vendas a R$ 210 vêm com ressalvas: geralmente tratam-se de produtos com defeitos, peneira baixa ou cor fora do padrão. A situação se estica à medida que os compradores, prevendo novas quedas de preço, recuam. O resultado foi uma segunda-feira morna, com poucos negócios fechados.
Na Bahia, a colheita do Feijão Pingo de Ouro chegou ao fim, e os melhores lotes já têm como referência o valor de R$ 150, uma melhora em relação a 20 dias atrás.