A volatilidade da moeda e os altos custos de envio representam obstáculos para os exportadores australianos de Pulses, afirma um relatório preparado pelo Rabobank. O mercado australiano de exportação de Pulses é composto por Grão-de-bico, Feijão, Lentilha,Tremoço e Ervilha.
O relatório, preparado pela divisão RaboResearch do banco, referiu-se às tensões comerciais globais, com a China impondo uma tarifa de importação de 100% sobre Ervilhas canadenses e a Índia aplicando uma tarifa de importação de 10% sobre Lentilhas e Grão-de-bico.
O autor do relatório e analista sênior de grãos e oleaginosas da RaboResearch, Vitor Pistoia, disse que “a Austrália parece estar em uma posição forte”, apesar de um novo ambiente comercial complexo.
“A demanda da Índia por Pulses australianas continua forte, e muitos outros mercados de exportação importantes não estão envolvidos nos atuais conflitos comerciais”, disse ele, observando que o peso das tarifas chinesas sobre Pulses recai principalmente sobre o Canadá, um dos principais concorrentes da Austrália.
“A decisão da China provavelmente pressionará os preços da Ervilha, um mercado no qual a Austrália tem um papel pequeno. Em 2024, as Ervilhas representaram menos de 3% do volume total das exportações de Pulses da Austrália”, disse o Pistoia.
O relatório previu que as tarifas dos EUA teriam um impacto menor no comércio global de Pulses, mas poderia haver um impacto econômico indireto.
“Os efeitos inflacionários dessas tarifas podem reduzir a demanda global por Pulses, já que muitos países importadores também têm superávits comerciais com os EUA”, disse Pistoia.
“Além disso, as taxas de envio propostas podem afetar ainda mais os mercados de Pulses, aumentando os custos de envio até 2026, especialmente para contêineres.”
O Pistoia disse que a Índia parecia ter suprimentos inadequados de Pulses para repor seus estoques, colocando os exportadores australianos em uma posição favorável.
“Com a nova safra de safras indianas entrando no sistema, o monitoramento rigoroso dos preços internacionais e da produção doméstica será crucial para avaliar a demanda da Índia no segundo semestre de 2025”, disse ele.
“Uma das principais razões para o governo indiano implementar tarifas de importação é equilibrar os preços ao produtor e a inflação dos alimentos.”
A RaboResearch espera ver "um aumento significativo" nas importações de Pulses indianas no ano fiscal de 2024/25, impulsionado pelo aumento da demanda de uma população crescente, tanto em número quanto em riqueza.
O Pistoia disse que as importações totais de Pulses da Índia podem chegar a 6,7 milhões de toneladas em 2024/25, um aumento substancial de 52% em relação ao ano anterior.
“Esse aumento se deve principalmente a problemas de produção local devido às condições de cultivo seco em anos anteriores”, disse ele.
Pistoia disse que uma proposta dos EUA para implementar taxas de frete em embarcações construídas e operadas pela China poderia impactar o mercado de Pulses.
“Se implementadas, essas taxas sobre embarcações construídas e operadas pela China devem reorganizar a disponibilidade das embarcações e aumentar os custos globalmente, principalmente para contêineres”, disse ele.
Diz-se que a Austrália está em melhor posição em relação ao transporte de Pulses em comparação aos recentes anos de La Niña, com mais excedente exportável do que capacidade de exportação.
“Consequentemente, na próxima temporada, a Austrália provavelmente será menos afetada por potenciais aumentos nos custos de envio em comparação a outros países”, disse ele.
Com informações de DCN
https://www.thedcn.com.au/region/australia/pulse-exporters-face-trade-and-tariff-headwinds/
