Feijão: o aliado que protege o cérebro das crianças

Por: Por Carolina Gomes,

28 de novembro de 2025

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O aumento de problemas cognitivos em crianças brasileiras acendeu um alerta urgente entre profissionais de saúde. O consumo precoce de ultraprocessados, ricos em açúcar, corantes e aditivos químicos, já é reconhecido como uma das causas desse cenário preocupante. Em meio a esse avanço silencioso, um alimento simples, tradicional e acessível permanece subestimado: o Feijão. Sua ausência no prato infantil, substituído por produtos industrializados, tem consequências reais para o desenvolvimento das novas gerações.

Quando falta comida de verdade, o cérebro infantil paga o preço

A coordenadora do curso de Nutrição da Univel, Raquel Dreher, explica que a introdução precoce de ultraprocessados tem efeitos que vão muito além do ganho de peso. Segundo ela, “o acesso precoce a açúcar, corantes e aditivos tem vários impactos que vão além do peso”. Ela reforça que a obesidade infantil é apenas a ponta do iceberg. O que preocupa de verdade é o aumento de casos de crianças com dificuldades de comunicação, problemas de comportamento e sinais de déficit cognitivo. “Tem a ver com esse outro lado, além do peso, que as crianças têm: déficit cognitivo, déficit funcional mesmo de comunicação”, alerta.

Enquanto isso, muitos pais, incentivados por modas nutricionais e pelo marketing agressivo, acabam priorizando alimentos rápidos e embalados, tornando a mesa infantil refém de escolhas que comprometem o desenvolvimento cerebral. Sem nutrientes reais, o cérebro não encontra o combustível necessário para se desenvolver com plenitude.

Feijão: potente, completo e muito mais importante do que se imagina

Ao contrário dos ultraprocessados, o Feijão oferece um pacote completo de nutrientes essenciais para crianças em fase de crescimento. Raquel lembra que o Feijão é riquíssimo em proteínas, fibras, cálcio, ferro e vitaminas do complexo B. “É um alimento acessível para grande parte da população e que tem valor para tratar e prevenir várias doenças”, afirma. Ela reforça que alimentos naturais devem ser prioridade: “A gente não tem que viver de cápsula. A gente tem que viver de comida, né? E o Feijão é uma das coisas superimportantes”.

Com tantas propriedades, ignorar o Feijão significa renunciar a um dos alimentos mais completos da mesa brasileira. Quando ele não aparece no prato e ultraprocessados ocupam seu espaço, o risco de prejuízos para o desenvolvimento cognitivo aumenta — e o impacto pode acompanhar a criança até a vida adulta.

Na infância, insistir é obrigação e criatividade é ferramenta

Crianças naturalmente rejeitam novidades, e isso vale para alimentos in natura. Mas, segundo Raquel, a resposta não pode ser ceder ao que é fácil. “A gente tem que entender que o incentivo faz parte”, destaca. Ela reforça a importância do brincar, do lúdico, e da criatividade para fazer com que o Feijão faça parte da rotina infantil. “A gente tem tantas formas de pensar: um hambúrguer de Feijão, um pãozinho de Feijão, um brigadeiro de Feijão.”

Essas alternativas permitem que as crianças consumam nutrientes essenciais sem a resistência que muitas vezes surge diante do prato convencional. A diversidade de preparações torna o feijão mais atraente e, sobretudo, mais presente.

Nunca é seguro introduzir ultraprocessados

O alerta final de Raquel sobre a introdução de ultraprocessados na alimentação é direto e deveria preocupar qualquer família: “Nunca. Nem as crianças, nem a gente.” Ela explica que o Guia Alimentar Brasileiro é taxativo: a base da alimentação deve ser composta por alimentos in natura ou minimamente processados. Os ultraprocessados, por sua vez, entregam calorias vazias, açúcares, gorduras e aditivos químicos sem nenhum benefício à saúde. Sua presença na rotina infantil, principalmente nos primeiros anos de vida, coloca em risco o desenvolvimento físico e intelectual.

Em um país onde o Feijão é símbolo cultural e nutricional, colocá-lo no lugar de destaque que merece pode ser a estratégia mais simples, e mais poderosa, para proteger o futuro cognitivo das crianças. O alerta está dado: trocar Feijão por ultraprocessados é um risco alto demais para ser ignorado.

 

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