IBRAFE se reúne com cooperativas do Paraná

Por: IBRAFE,

2 de maio de 2024

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O Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses e Colheitas Especiais (IBRAFE) se reuniu na última semana com dez cooperativas paranaenses, em um evento promovido junto com o Sistema Ocepar. O encontro teve como propósito discutir estratégias de produção, beneficiamento e comercialização do Feijão no intuito de aproveitar melhor as oportunidades nos mercados interno e externo.

O Paraná é o maior estado produtor de Feijão, contribuindo com aproximadamente 24% da produção do país. De acordo com dados do IBRAFE, apresentados pelo presidente, Marcelo Eduardo Lüders, cerca de 70 países demandam algum tipo de Feijão, incluindo grandes mercados como Índia e China, que já demonstraram interesse em adquirir Feijão do Brasil. “O projeto Brazil SuperFoods, em parceria com a Apex Brasil, foi apresentado como uma oportunidade para as cooperativas participarem e integrarem a cadeia internacional de Feijão. Nosso objetivo é incentivar os produtores ao plantio, mas, ao mesmo tempo, dar alternativas de escoamento de safra para que eles possam ter mais segurança”, afirmou Lüders.

Na abertura do evento, o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, ressaltou a falta de uma estratégia consolidada para o Feijão, diferentemente do que ocorre com outras commodities como soja e milho. Ricken destacou o potencial das cooperativas em se organizar, com o apoio da Ocepar e do IBRAFE, para uma produção, comercialização e exportação mais planejadas.

O secretário de Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, esteve presente na reunião e observou que o consumo per capita de Feijão no Brasil tem declinado, caindo de 21 quilos por ano para cerca de 14 quilos per capita. Além disso, ele apontou que o tipo de Feijão produzido no estado não encontra tanto espaço no mercado internacional, ressaltando a necessidade de cultivar variedades mais demandadas globalmente.

A pesquisadora Vania Moda Cirino, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), compartilhou seu conhecimento, destacando que a produtividade da lavoura de Feijão triplicou nas últimas quatro décadas, alcançando 1.800 quilos por hectare. No entanto, ela enfatizou que o estado ainda está aquém de seu potencial máximo, podendo alcançar até 5 mil quilos por hectare. Cirino salientou a importância do apoio das cooperativas para focar na estratégia de exportação, investindo em rastreabilidade, sustentabilidade e cultivares adequadas ao mercado internacional.

Representantes das cooperativas presentes destacaram os desafios enfrentados no mercado, incluindo a concorrência de atravessadores na comercialização do produto. Nédio Tonus, diretor da Coopertradição, de Candói, mencionou um plano estruturado que resultou em um aumento significativo na produção dos cooperados. Nelson De Bortoli, presidente da Cooperativa Agrícola São Cristóvão (Camisc), destacou a necessidade de melhorias na infraestrutura de recebimento, armazenamento e beneficiamento da produção.

As cooperativas presentes expressaram interesse em investir de forma mais estruturada na lavoura de Feijão, destacando a necessidade de aperfeiçoamento do seguro agrícola, foco na exportação, pesquisa de novas cultivares, ampliação da época de plantio e organização da cadeia produtiva. Ao final do evento, o superintendente da Ocepar, Robson Mafioletti, anunciou a formação de um grupo de trabalho para abordar esses pontos e promover a cadeia produtiva do Feijão no setor cooperativista paranaense. O IBRAFE fará parte desse grupo auxiliando com a expertise de quase 20 anos trabalhando em prol da cadeia do Feijão no Brasil.

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