Sudoeste responde por 46% da área de Feijão do Paraná

Por: FLÁVIO PEDRON,

11 de abril de 2024

Responsive image

Lavoura de Feijão da safrinha na comunidade de Nova Seção, em Francisco Beltrão. Foto: Flávio Pedron/JdeB.

Por Flávio Pedron – A safrinha de Feijão – segunda safra 2023/2024 – teve 390 mil hectares plantados no Paraná. Houve um crescimento de 33% nesta safra. Destes, 180 mil hectares estão na região Sudoeste – 80 mil na região de Beltrão/Dois Vizinhos e 100 mil na região de Pato Branco.

A área de plantio na região corresponde a 46% do Estado. É uma das maiores áreas de cultivo dos últimos anos. Para se ter uma ideia, na safrinha 2022/23, na região de Beltrão-Dois Vizinhos a área foi de 69 mil hectares, ou seja, para esta houve um aumento de 10%.

Todas as lavouras foram implantadas na região e no Estado. Os dados são do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab).

Antoninho Fontanella, técnico do Deral-Seab, informa que 20% das lavouras estão em condição ruim, de 25% a 30% em condição média e 50% em boas condições. A falta de chuvas – praticamente três semanas sem boas precipitações – afetou parte as áreas de Feijão na microrregião de Beltrão-Dois Vizinhos.

A previsão de produtividade é de dois mil quilos por hectare e 160 mil toneladas.

O Deral estima que 5% das lavouras se encontram na fase de maturação, de 15% a 20% em desenvolvimento vegetativo e 75% estão na fase de frutificação. Muitos produtores plantaram fora do período definido pela lei de zoneamento agrícola, que é até fevereiro. A opção pelo Feijão foi pelo preço da saca que há 30 dias estava num patamar bem acima do normal.

Outro motivo para a escolha do Feijão foi que ocorreu a antecipação da colheita da soja e, assim, boa parte dos agricultores conseguiram plantar a cultura dentro do prazo – lei de zoneamento agrícola.

Poucas chuvas

Em Francisco Beltrão, a estação meteorológica do IDR-PR registrou 154,6 mm de chuvas, que caíram em nove dias. A última chuva foi dia 21 de março: 25,5 mm.

Empresa de Ampere já recebe produção de Feijão da safrinha 2024

No Paraná, a saca de 60 quilos de Feijão preto está cotada entre R$ 200 a R$ 230 e a de Feijão carioca entre R$ 170, 220 e 240. Os valores oscilam entre as diversas regiões. Mas nos últimos 25 dias os preços tiveram queda devido à colheita das primeiras áreas nos estados do Paraná e Santa Catarina. Por isso, com o avanço da colheita, as cotações atuais não devem se manter nos atuais patamares.

O empresário Roberto Dettoni, da empresa Femila, de Ampere, especializada na comercialização de Feijão, disse que já começou a receber Feijão da safrinha de áreas colhidas no Paraná e Santa Catarina. A qualidade dos grãos recebidos é considerada boa pelo empresário. Dettoni acha que o preço da saca na faixa de R$ 400, como estava, dificulta o giro do produto. Para ele, até mesmo a saca de Feijão na faixa dos R$ 200 dificulta o giro, porque o produto ao consumidor final se torna muito alto.

Ao falar sobre a safrinha 2023/2024, Dettoni prevê que “vai dar boa”. Mas ele ressalta que o produtor, ao optar pelo plantio desta cultura, tem que investir em tecnologia e tratos culturais para conseguir uma boa produção. “Não adianta plantar se não tiver os cuidados”, argumenta.

Renascença tem a maior área de plantio de Feijão

O município de Renascença é um dos que mais têm área plantada com Feijão da safrinha. Em entrevista ao JdeB, o diretor do Departamento Agropecuária, Paulo Deola, explica porque muitos agricultores locais estão preferindo esta cultura.

“A opão dos nossos agricultores aqui do município é devido a questões também de pragas da cultura de milho, a cigarrinha, então o pessoal vai se desestimulando de plantar o milho e estão migrando pro Feijão. O Feijão, em nosso município, nós temos uma estimativa de plantio na safra 2023-2024, O plantio da tarde, das águas, digamos assim, de dez mil hectares”.

A produção de Renascença abastece mercados consumidores de várias regiões do Brasil. “A venda do Feijão aqui em nosso município e o plantio tem aumentado justamente por esse motivo. Antigamente não nós não tínhamos aqui na nossa região, digamos assim, um comprador de Feijão que mandasse pra outros estados. Mas nos últimos anos várias empresas se especializaram no ramo, desde recebimento, secagem e distribuição do produto, então eles têm o contato com distribuidoras, empacotadoras e revendas grandes em outros estados e aí facilitou ao produtor fazer a venda desse produto para fora. Então nós temos aqui em nosso município hoje praticamente umas quatro empresas que absorvem esse produto e vendem pra fora”, relata Paulo.

Fonte: https://jornaldebeltrao.com.br/featured/sudoeste-responde-por-46-da-area-de-feijao-do-parana/

Mais
Notícias

Índia prevê compra de US$ 1 bi em Feijões e Pulses do Brasil
26/04/2024

Negociações aconteceram durante o SuperFoods Summit Brazil e representam aumento de quase 10% no volume total da balança comercial

Índia registra maior importação de Pulses em seis anos
26/04/2024

Recorde impulsiona os mercados globais