Para encerrar o ano de 2025 com chave de ouro, abrimos a colheita 2026 com um evento marcante. Prudentópolis inicia a colheita do Feijão-preto e consolida narrativa para ser referência em Feijão regenerativo no Paraná. Mais do que quantidade, o importante é qualidade.
No dia de ontem foi oficialmente iniciada a colheita da primeira safra 2026 de Feijão-preto no Brasil. O evento ocorreu em Prudentópolis (PR), com a presença de instituições ligadas ao setor: Secretaria de Agricultura, Secretaria do Turismo, Secretaria da Educação, SEBRAE, SENAC, Prefeitura e Sindicato Rural, além de lideranças locais e agentes da cadeia. Foi, na verdade, uma reunião com o núcleo dos profissionais que podem fazer acontecer o projeto Viva Feijão.
A proposta foi direta: organizar um caminho concreto para agregação de valor, posicionando Prudentópolis como capital da Rota do Feijão-preto do Brasil, território do Feijão com identidade — conectando produção, qualidade, história e o Prato Feito (arroz e Feijão, comida de verdade).
Fatos principais destacados
Cultivares escolhidas por unanimidade: Urutau e UNAMAX, pela combinação de sabor, textura e atributos agronômicos adequados à região
Feijão regenerativo: solo vivo e defesa biológica. O conceito defendido é um Feijão que mantém o solo vivo, com foco em cobertura, rotação e estrutura do solo, e com uso de biológicos no combate às pragas, reduzindo a dependência de soluções mais agressivas e fortalecendo a sustentabilidade produtiva.
Rastreabilidade como virada de chave: o Feijão da região será rastreável, conectando lote, origem e padrão de qualidade ao consumidor e ao comprador.
Orgulho do produtor como ativo econômico: foi enfatizado que o produtor precisa e pode ter orgulho do Feijão produzido em Prudentópolis — e que esse orgulho deve virar valor percebido, marca e preferência de compra.
Comida de verdade como política local: o IBRAFE defendeu investimentos para elevar o consumo de comida de verdade e reduzir ultraprocessados. Foi citado como referência estudo do NUPENS/USP indicando que cerca de 20% do consumo diário já é de ultraprocessados — acima do desejável, com a defesa de caminhar para zero.
O consumidor precisa saber de onde vem o Feijão: se 7 a 8 pratos em cada 10 levam Feijão da região Sul do Paraná, essa informação precisa virar narrativa pública — com origem e reconhecimento.
O “terroir” que torna Prudentópolis distinta
Clima ameno,
Altitude ao redor de 1.000 metros,
Índice de chuvas elevado
Formam um conjunto que ajuda a explicar por que a região tem potencial para produzir Feijão-preto com padrão e identidade.
A cidade também carrega um diferencial cultural: o capricho ucraniano aparece nos detalhes — e isso dialoga com o turismo, reforçando que Prudentópolis pode ser polo de experiências, não apenas de produção.
História que vira marca
Outro ponto citado como narrativa estratégica é que o Caminho do Peabiru passa pela região. Há razões culturais e históricas que sustentam a hipótese de que o Feijão pode ter chegado ao Paraná por esse corredor antigo, associado a rotas pré-coloniais ligadas aos Incas, possivelmente há mais de 2.000 anos — uma história poderosa quando bem contada e conectada ao território.
Voltamos em 04 de janeiro de 2026 com nosso relatório diário.
Próximos passos do Viva Feijão com Prudentópolis no centro
As Feijoadas Solidárias do Viva Feijão terão Feijão de Prudentópolis como símbolo de origem e propósito.
A proposta é levar uma grande agenda de Feijoada em capitais do Brasil, com Prudentópolis no palco, divulgando o Viva Feijão e consolidando a cidade como referência nacional em Feijão regenerativo, rastreável e com narrativa.
Síntese: Prudentópolis tem produto (qualidade), método (regenerativo), ferramenta (rastreabilidade) e história (cultura + Peabiru). Com isso, o Feijão deixa de ser só saca e vira valor — e o Brasil ganha mais um motivo para defender, todos os dias, o prato de arroz com Feijão como comida de verdade.
