A menor área plantada da história (de novo)    

Por: IBRAFE,

2 de dezembro de 2025

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  A  primeira safra de Feijão da história nas regiões Sul e Sudeste. É o que apontam os levantamentos parciais até agora. Na prática, o que está circulando hoje diante de compradores e especuladores é um verdadeiro bilhete premiado indo de mão em mão sem que quase ninguém queira segurá-lo por muito tempo.

Dois fatores explicam por que, mesmo com essa fotografia tão clara, não há formação consistente de estoques. Primeiro, muitos especuladores estão descapitalizados ou preferem deixar o dinheiro rendendo no mercado financeiro, que remunera a taxas recordes para quem tem recursos . Segundo, as últimas apostas mais agressivas em Feijão não trouxeram o retorno esperado, o que deixou esse grupo bem mais cauteloso. Resultado: mesmo com números que gritam aperto na oferta, quase ninguém quer carregar posição.

Se você é empacotador ou comerciante, a mensagem é direta: atenção redobrada. Quando vier a reação no Feijão-preto e no Feijão-carioca, a valorização tende a ser rápida. Bastará uma primeira venda mais cara para o mercado entender que a inversão é definitiva. A partir daí, não haverá tempo hábil para “correr atrás” e montar estoques com calma. Não por acaso, diversos empacotadores experientes já mudaram o jogo nos últimos 30 dias: saíram de uma posição vendida, que carregaram boa parte do ano, para a estratégia clássica de quem aprendeu com o mercado – comprar primeiro e vender depois.

Do lado do produtor, a leitura é clara. Ele sabe como estão os polos de produção, vê armazéns vazios e sente a escassez no dia a dia. Em São Paulo, por exemplo, a colheita está praticamente encerrando e, com ela, tende a encerrar também a comercialização mais intensa. Corretores que tradicionalmente compram naquela região relatam o menor volume de Feijão disponível dos últimos 10 anos em suas mãos. Estão vendendo aos poucos, à medida que o preço sobe, como quem sabe que o bilhete premiado ainda não foi totalmente precificado pelo mercado.

O recado do Premier hoje é simples: quem precisa de Feijão-preto e Feijão-carioca para atravessar o ano não pode se enganar com a calmaria aparente. A conta da menor área de primeira safra vai chegar. E, quando chegar, provavelmente vai cobrar caro de quem deixou para reagir depois.

 

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