O mercado de Feijão manteve estável ontem, mesmo com a demanda enfraquecida nesta semana. Alguns operadores ainda apostam em recuo dos preços do Feijão-carioca, mas qualquer queda será passageira. A colheita em Minas Gerais já superou 95% e foi marcada pela forte presença da mosca-branca, que reduziu o tamanho e a uniformidade dos grãos, além de provocar quebra no volume final.
Muitos produtores que normalmente armazenariam mercadoria de melhor padrão acabaram vendendo logo após a colheita, pressionados pela necessidade de fazer caixa. A maioria sabia que os preços tenderiam a reagir, mas não havia como esperar. O reflexo é claro: câmaras frias no Noroeste de Minas e também em Goiás praticamente sem estoque de qualidade.
Nesse contexto, a calmaria atual pode virar alta repentina. Como disse um observador do mercado: “se cair R$ 10, logo sobe R$ 20”. E o raciocínio faz sentido. Assim que os compradores voltarem com maior interesse, o mercado tende a reagir com força, pavimentando o caminho para um novo rally de preços. Movimentos mais lentos, como o que vemos agora, são os que sustentam altas sólidas.
Já no Feijão-preto, o quadro também é definido: lotes de boa qualidade só saem das mãos dos produtores acima de R$ 160 por saca. Enquanto isso, os Feijões comerciais T3 e FT (fora de tipo) encontram pouquíssima demanda — dificilmente superando os R$ 130/sc. Tradicionalmente, segurar Feijão de qualidade inferior não costuma ser vantajoso. Fica o alerta: produtor atento sabe identificar quando há comprador disposto a levar esses lotes e deve agir com prudência.