Em São Paulo, o mercado continua estável ao redor de R$ 250 por saca para o Feijão recém-colhido. Não há sobra a ponto de pressionar para baixo, e isso indica que, por enquanto, o equilíbrio está mais na falta de alternativa do que em conforto de estoque.
Em Minas Gerais, o desafio é encontrar produto. Quando aparece algum lote, o preço que o comprador está disposto a pagar segue abaixo da pedida do produtor, travando negócios e reforçando a percepção de que as opções de abastecimento do empacotador estão diminuindo. Há um consenso silencioso na ponta da indústria: está ficando mais difícil montar escala com qualidade e regularidade.
No Feijão-preto, o movimento de ontem merece atenção. Produtores desanimados aceitaram negócios entre R$ 120 e R$ 130 FOB Paraná. Resolve o caixa imediato de quem vende e o custo de quem compra, mas não resolve definitivamente o setor. Para toda a cadeia, do produtor ao varejo, o melhor cenário é de preços mais altos e saudáveis, que permitam margem em cada etapa.
O desejo real não é ter Feijão barato demais na gôndola, e sim aumentar faturamento com giro e volume vendido. Quando o preço ao produtor cai demais, o que se planta na próxima safra é desânimo e risco de falta lá na frente.
