Ontem, o governo anunciou o Plano Safra 2025/26, celebrando um suposto apoio a pequenos e médios produtores, com direito a manchetes otimistas dizendo que ajudará a produção de Feijão. Mas, na prática, essa promessa é frágil. Em 2017, apenas 23% do Feijão brasileiro vinha de pequenos produtores, e esse número vem caindo.
Muitos migraram para culturas mais rentáveis ou menos arriscadas, e não é com crédito caro e burocrático que vão voltar. As linhas anunciadas para médios produtores continuam com juros altos demais para quem cultiva alimento básico. E não podemos esquecer do Paraná: produtores de Feijão-preto confiaram na promessa federal de compra via CONAB se o preço caísse abaixo de R$ 152,91 — promessa que hoje parece esquecida.
O governo insiste em discursos bonitos para o eleitor, mas abandona o produtor na hora de garantir preço justo e segurança de renda. A consequência é previsível: um mercado frágil que vira manchete quando o preço dispara e o Feijão é chamado de vilão da inflação.
Mas não se preocupem! Quando o preço do Feijão disparar e ele virar o "vilão da inflação", aí sim, todo mundo vai lembrar do agronegócio e jogar pedra.
Vai governo, vem governo... Feijão no prato do povo é lindo no discurso, mas no orçamento, é melhor nem perguntar.
Por aqui a gente segue de olho, falando o que ninguém quer ouvir: vai custar caro para o eleitor o Feijão e a inflação nos alimentos no próximo ano. Quem planta Feijão merece respeito — e preço justo.