No mercado físico, o clima hoje foi de relativa calma. No interior de São Paulo, o Feijão-carioca segue girando ao redor de R$ 240,00 por saca ao produtor. Em Minas Gerais, o Feijão-carioca tipo 8,5 continua na faixa entre R$ 210,00 e R$ 230,00 por saca, com compradores bem seletivos, mas ainda fechando negócios quando encontram qualidade e condição de pagamento que façam sentido.
Nas lavouras, o grande destaque do dia é o Paraná. Os relatos da SEAB Paraná continuam confirmando, mais uma vez, a decepção com a produtividade e a produção no estado.
As áreas estão muito irregulares. Em algumas regiões, as temperaturas mais baixas atrasaram o desenvolvimento inicial das plantas e prejudicaram o vigor vegetativo. Onde as lavouras estão mais adiantadas, já em frutificação ou maturação, os produtores relatam danos de granizo em alguns talhões e uma expectativa de produtividade menor do que aquela imaginada no começo da safra. A sensação geral é de frustração, e isso pesará no humor do mercado no início do próximo ano.
Hoje também participei de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília, para discutir proteínas animais e vegetais. Esse mercado já movimenta cerca de 20 bilhões de dólares no mundo, enquanto o Brasil ainda aparece do lado de cá como importador dessas proteínas, principalmente as derivadas de Ervilha.
É um sinal claro de que o tema precisa entrar com força no radar do governo e da iniciativa privada. Se o Brasil não se posicionar logo, corre o risco de ficar preso ao papel de fornecedor de matéria-prima, inclusive de Feijões, enquanto outros países capturam o valor agregado dessa nova fronteira de consumo em proteínas vegetais.
