Queda de Preço em Alguns Mercados Internacionais Chega a 40%

Por: IBRAFE,

8 de julho de 2025

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A semana começou, no Brasil, com um ritmo de negócios maior que o registrado no início das duas últimas semanas para Feijões-carioca, sinal de que compradores decidiram aproveitar o recuo de preços para garantir parte de suas necessidades. Ainda assim, o movimento segue muito estratégico: com o mercado em queda, os empacotadores têm postergado ao máximo o fechamento de compras, evitando se desposicionar frente aos concorrentes nas gôndolas.

Os preços chegaram ao patamar de R$ 200 por saca de 60 kg de Feijão-carioca nas lavouras de Minas Gerais (regiões de Unaí e Paracatu) e também no Vale do Araguaia, em Goiás. Hoje, para Feijões-carioca nota 9 ou superior, esse parece ser o piso de referência nas principais fontes, com ofertas pontuais até abaixo disso quando o vendedor precisa fazer caixa.

No Paraná, o Feijão-preto estabilizou nos últimos dias em patamares diferenciados por qualidade: lotes T-3 comerciais negociados entre R$ 120 e R$ 130, enquanto os melhores seguem em torno de R$ 150. Esse ajuste nos preços reflete a resistência dos produtores em liberar os lotes de melhor padrão, somada a uma demanda mais estável no canal varejista, que gira o produto de forma relativamente constante mesmo em cenários de pressão de custos.

No caso dos Caupis de exportação do Mato Grosso, há pequenas variações diárias, mas o mercado tem operado em uma faixa de referência de R$ 130 a R$ 150/sc. É importante notar que vários exportadores que contrataram com produtores a preço fixo para esta colheita estão amargando prejuízo significativo. O cenário global se tornou um dos principais fatores de risco: guerras, tarifas e oscilações cambiais frearam as compras no mundo inteiro, derrubando os preços internacionais entre 25% e 40% em muitas praças.

Essa retração mundial reflete o contexto mais amplo que temos alertado aqui no Clube Premier: consumidores pressionados, cadeias logísticas ainda caras e voláteis, e um mercado global de Feijões que, em alguns casos, perdeu a referência. É hora de reconhecer que, assim como o produtor em certos momentos abre mão de aproveitar o preço spot para cumprir contratos, agora são os exportadores que, mesmo enfrentando cancelamentos no exterior, seguem honrando os compromissos com os produtores.

O Clube Premier seguirá acompanhando diariamente esses movimentos. Nesta fase, informação estratégica vale ouro: quem souber ler o mercado agora vai vender melhor depois.

 

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