Produtores e comerciantes do Oeste do Paraná relataram ontem, durante o Pulse Day em Cascavel, uma redução de área que pode chegar a 40% em relação ao ano passado. A região oeste segue com predominância de Feijão-carioca, o que tende a manter uma boa perspectiva para a colheita, que deve ocorrer no início de janeiro.
No Feijão-preto, o quadro é outro: há produtores carregando estoques atípicos, alguns com 20 a 30 mil sacas paradas. Corretores em diferentes microrregiões do Paraná confirmam o mesmo padrão de estoques elevados. A pergunta que paira no mercado é simples e decisiva: como os preços vão se comportar quando começar a entrar Feijão-preto novo no Sul como um todo? Se a colheita vier concentrada, aumenta a pressão. Se vier escalonada e com qualidade, a absorção pode ser mais suave. O custo financeiro de carregar grão velho também começa a pesar.
Outro ponto que apareceu forte em Cascavel é a construção de marca a partir de cultivares. Houve interesse ativo em Feijão-preto Unamax e menções positivas ao Urutau. Quando a indústria especifica a cultivar e entrega consistência, vira reputação na gôndola e poder de negociação na origem.
O Pulse Day foi um sucesso. O dia de campo da Sementes Citollin reuniu mais de 150 produtores, inclusive do Paraguai. Houve dinâmicas com merendeiras e chefs e, à noite, cerca de 250 presentes acompanharam cenários para os próximos meses. É a ponte que o setor precisa: lavoura, indústria e consumidores aprendendo a falar a mesma língua. No final, uma degustação de pratos inéditos com Feijão fechou o dia especial.
