Plantar com fé e colher com prejuízo

Por: IBRAFE,

9 de setembro de 2025

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Estou contrariado com o somatório de perdas que muitos produtores relataram este ano. Algumas eram evitáveis. Venho estudando o efeito manada em mercados agrícolas e, infelizmente, a raiz é conhecida: decisões coletivas movidas por emoção, expectativa e imitação do grupo, que substituem a análise fria do mercado. Quando o preço do Feijão sobe ou aparece uma janela de exportação lucrativa, o plantio cresce por confiança no "sucesso coletivo".

 Na colheita, a oferta explode, o preço desaba, e quem entrou sem fundamento analítico paga a conta. Sem alertas e informação adequada, esse ciclo é previsível. O papel do Clube Premier é quebrar justamente esse padrão, e alertei várias vezes. Semana passada, em Paracatu, mais de um produtor comentou que "quase" plantou Feijão-preto, e outro que "quase" plantou Feijão-rajado sem contrato.

 Mas, neste cenário, duas ocorrências chamaram a atenção:

  1. Produtores com acesso ao Premier ajudando a formar a maior área de Feijão-preto de todos os tempos; e agora estão atônitos porque os preços não reagem.
  2. Plantio de Feijão-rajado e Feijão-vermelho sem contrato.

 A lógica para os próximos meses é clara: agora muitos vão recuar no Feijão-preto, Feijão-vermelho e Feijão-rajado. Em paralelo, o Feijão-mungo verde brilhou este ano porque 2024 teve preços baixos no mundo e 2025 teve pouco plantio em vários países. Funciona... até a manada chegar. Se repetirmos o roteiro, 2026 corre um risco real de superoferta. Alerta direto: não plantem Feijão-mungo preto e Feijão-mungo verde no próximo ano sem contrato firmado.

 O que fazer agora?

  • Contrato primeiro, plantio depois: Feijão-preto, Feijão-rajado, Feijão-vermelho e Feijão-mungo só com contrato, margem mínima e cláusulas de qualidade bem definidas.
  • Escalonar janelas: dividir a área em mais de uma janela para reduzir o risco de colheita concentrada e o efeito manada.
  • Mix inteligente: limitar a exposição por tipo de Feijão; não ultrapassar seu teto de risco por cultivar.
  • Custos e break-even na mesa: atualizar custos, definir preço-alvo por nota e umidade e usar travas quando disponíveis.
  • Liquidez real: avaliar a demanda do comprador final, não apenas a "conversa de corredor".
  • Qualidade manda: padrões de nota e pós-colheita impactam o preço final tanto quanto o mercado.
  • Disciplina de informação: acompanhar diariamente os sinais do Premier e ajustar a rota. Sem achismo.

 O que o Premier vai entregar para minimizar danos

  • Sinais de liquidez por praça e por nota, com leitura de fluxo e apetite do comprador.
  • Acompanhamento da situação com cenários de plantio, venda e contratos.
  • Lista de empresas dispostas a fazer contrato para Feijão-preto, Feijão-rajado, Feijão-vermelho e Feijão-mungo.

 Quem quiser reduzir ao máximo o risco operacional neste ciclo, deve ficar atento ao que recomendamos aqui no Premier: contrato antes do plantio, exposição limitada por tipo, leitura diária de mercado e execução técnica sem modismo.

 E o mercado atual: o Feijão-carioca tem melhorado o preço, mas a maioria dos lotes vendidos tem ido para a mão de apostadores. Comerciantes que apostam em uma melhora boa nos próximos meses. Eles estão certos, mas ontem para pagar os R$ 240 foi difícil achar comprador. Empacotadores buscam produtos intermediários e, nisso, concentram suas ofertas de compra nos últimos dias.

 

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